Blogagem Colectiva - Aldeia da minha Vida

Esta Blogagem Colectiva foi da inciativa da Susana e a qual me deu muito prazer em participar. Obrigada Susana por esta grandiosa ideia de divulgação de terras do nosso Portugal.

"Morfologia da Soalheira e Carácter das suas gentes"

A Vila da Soalheira geograficamente está situada na Beira Baixa, assim denominada porque segundo a opinião de escritores de renome, fica à beira ou nas faldas dos Montes Herminios - a Serra da Estrela, toucada de azul e neve. Com verdade e fina observação, escreveu o escritor beirão Nuno Montemor:"assim como a proeminência do peito marca o lugar do coração, também a maior eminência geográfica do nosso apís assinala o coração de Portugal". Desta maneira, nós beirões, estamos localizados na áera mais nobre de Portugal. A poucos km a sul da graciosa Serra da Gardunha, numa recolhida concha geográfica, nasceu a povoão da Soalheira que, desde há séculos se tornou por virtude e valor dos seus habitantes, a terra maior entre Alpedrinha e a sede do Distrito.

Por alturas do sec. XIII, a Soalheira era já uma adolescente crescida. Em 1708 tinha 190 fogos, utlrapassando já demográficamente Castelo Novo que ao tempo, ainda era sede de Concelho como também a Orca com 162, a Póvoa da Atalaia com 60, as Zebras e a Torre com 20 e a Lardosa com 110. Actualmente a Soalheira tem 3.000 habitantes e depois de de Silvares é a povoação com maior número de eleitores no concelho do Fundão.
O termo da Soalheira é um xadrez de mini-fúndios e courelas por força das heranças de famílias numerosas que foram sempre uma das glórias e riquezas da terra. Ao lado dos mini-fúndios estendem-se alguns hectares onde nascem e se dão bem o feijão-frade, o centeio, o trigo, o milho e as forragens para os rebanhos.
O seu clima é continental, frio e por vezes álgido no inverno, quente e por vezes canicular no verão. E assim se explica a tez morena de muitos dos seus moradores.Baptizada logo nos alvores da sua existência na Igreja Católica, e surge o seu nome - Soalheira "terra de almas claras".
O historiador e sociólogo Dr. Jaime cortesão considera o beirão da Beira Baixa "como o símbolo humano dos beirões". Este, está configurado nas gentes da Soalheira, terra de agricultores, pegureiros e pequenos artesãos que trabalham cantando essas "saborosas melodias vasada, muitas delas nos modos arcaicos". Lembro apenas algumas tais como: as canções da azeitona (já está preta), do milho, da ceifa, das mondas e tantas outras.
A pobreza e muito menos a miséria, esse "inferno terrestre" como alguém o definiu, já mais medraram na Soalheira.
Tentando traçar o perfil das gentes desta terra ficam-lhes este adjectivos: gente honesta, franca, leal, solidária e hospitaleira.
Soalheira é terra de fé mas também terra de santos: S.Lourenço, Santo António, S. Sebastião e sobretudo Nossa Senhora das Necessidades, Madrinha e Padroeira. Eis o seu hino:

Senhora das Necesidades,
À vossa porta cheguei:
Tantos Anjos me acompanhem
Como de passadas dei.

Senhora das Necessidades,
À vossa porta me empino:
Deitai-me a vossa benção
Mai-la do vosso menino.

Senhora das Necessidades,
tem encanto o vosso olhar:
Aquele que olhar para Vós
Por força vos há-de amar.

O Povo da Soalheira
Vossa bondade agradece:
Aceitai, ó Virgem Mãe,
Esta nossa humilde prece.

Ainda com suas raízes, fazem dela parte alguns ilustres senhores do nosso País.
António Guterres - ex-Primeiro Ministro (pai e família paterna da Soalheira).
Proença de Carvalho - Advogado.
Maurício Vieira - Engenheiro da construção dos então 'arranha-céus' do Areeiro. (já falecido)
Francisco Rolão Preto - Monarca, que passou a sua vida a fugir da pide. (já falecido)
José Manuel Barata Feio - Jornalista.
Arlindo de Carvalho - mestre, compositor e cantor.
Alexandra - cantora.

Actualmente tem muitos mais ilustres e famosos, mas reportei-me apenas aos que contribuiram numa época mais precoce, para o seu desenvolvimento. Me desculpem se alguns me falham...
e assim me despeço:
Com o meu Bem Haja!.